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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Evangelho – XV Domingo do Tempo Comum – Ano A

Conclusão dos comentários ao Evangelho – Mt 13, 1-23 – XV Domingo do Tempo Comum –Ano A
III – A alma que deu frutos na plenitude
Quem ouviu e compreendeu por inteiro essa parábola senão Maria Santíssima, a qual certamente dela tomaria conhecimento com insuperável enlevo e amor? Ao falar em “terra boa” e em semente que produziu cem por um, muito compreensível seria estar Jesus pensando em sua Imaculada Mãe, a terra fertilíssima por excelência para fazer desabrochar a semente divina na plenitude.
Toda a vida da Santíssima Virgem foi um contínuo sim à vontade de Deus. Quando Ele A inspirou a fazer voto de virgindade, Ela aquiesceu com todo entusiasmo. Ao Lhe ser anunciada a Encarnação do Verbo, sua resposta foi: “Faça-se em Mim segundo a vossa palavra” (Lc 1, 38), e a Palavra Se fez carne nessa terra imaculada. Ao ouvir dos pastores o que os anjos lhes haviam comunicado, Ela guardou e conferiu em seu coração todas essas palavras (cf. Lc 2, 51). E o mesmo fez durante toda a vida com tudo quanto os adoráveis lábios de seu Divino Filho proferiram, até o “Consummatum est!”.
Constata o Padre Garrigou-Lagrange, escrevendo com fervor marial: “É consolador pensar que há uma alma que recebeu plenamente tudo quanto Deus lhe queria dar e nunca impediu que o esplendor da graça atingisse as demais almas. Existe uma alma absolutamente perfeita, a qual, sem obstáculo algum, deixou manar em Si mesma o rio de vida divino, que nunca esteve por um instante sequer abaixo daquilo que d’Ela Deus desejava”.11
Enfim, o Coração Imaculado de Maria Santíssima é um Evangelho vivo, cujas maravilhas ainda estão para ser conhecidas!
Roguemos a Ela, protetora por excelência de todos quantos querem ouvir e pôr em prática a palavra de Deus, a graça de não deixarmos nenhuma semente que tenhamos recebido, sem produzir todos os frutos esperados pelo Criador. 
1SÃO TOMÁS DE AQUINO. Super Epistolam B. Pauli ad Hebraeos, c.4, lect.2.
2 Cf. CIC 53.
3 Idem, 65.
4 Lembre-se que, após saber que João Batista havia sido preso, Jesus “deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia” (Mt 4, 13). Tuya afirma que essa casa está muito bem determinada e “devia ser a d’Ele” (TUYA, OP, Manuel de. Biblia Comentada. Evangelios. Madrid: BAC, 1964, v.II, p.302).
5 SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, III, q.42, a.3, resp.
6 SÃO JERÔNIMO. Obras Completas. Comentario a Mateo. Madrid: BAC, 2002, v.II, p.167.
7 SÃO BERNARDO. Obras Completas. Madrid: BAC, 1953, v.I, p.338.
8 BENTO XVI. Audiência Geral, 11/5/2011.
9 SÃO GREGÓRIO MAGNO. Las parábolas del Evangelio.2.ed. Madrid: Rialp, 1999, p.76.
10 Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO. Principium Rigans montes, c.3.

11 GARRIGOU-LAGRANGE, OP, Reginald. El Salvador y su amor por nosotros. Madrid: Rialp, 1977, p.477.

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