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quinta-feira, 17 de julho de 2014

EVANGELHO XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM —ANO A — Mt 13, 24-43

CONCLUSÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO — XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A
III – A PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA
31 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: “O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. 32 É a menor de todas as sementes, mas, depois de ter crescido, é maior que todas as hortaliças e chega a tornar-se uma árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar nos seus ramos”.
Os ouvintes desta parábola conheciam bem a denominada Sinapis nigra em botânica, vulgarmente chamada mostarda (Mustum ardens), característica por sua minúscula semente que, entretanto, ao ser plantada, produz um viçoso arbusto sempre verde. Não é raro acontecer de um exegeta, por pura curiosidade, cultivá-la em seu jardim e arrancá-la depois de um ou dois anos, pelo receio de sua vigorosa fecundidade. É erva muito comum na Palestina, sobretudo nas regiões de maior calor, chegando a atingir três a quatro metros de altura, de modo que as aves fazem ninhos em suas ramagens.
Quiçá Deus tenha criado a mostarda principalmente para servir de elemento para esta bela parábola do Salvador. Pequeníssima em seu ponto de partida, surpreendente em seu desenvolvimento final, esse vegetal bem serve para ilustrar a etiologia e força do apostolado católico, e o próprio Reino dos Céus. Quem esteve presente quando Jesus, pouco antes de subir aos Céus, transmitiu suas instruções aos onze Apóstolos (9), não poderia imaginar que, no futuro, haveria multidões de fiéis assistindo aos funerais de João Paulo II, ou à Missa inaugural do Pontificado de Bento XVI.
O crescimento é um elemento essencial no ensinamento desta parábola. O Reino de Deus e o apostolado são quase imperceptíveis em seu começo, mas ao longo do tempo sua expansão será incalculável, sobretudo pela desproporção entre a escassez dos meios e a grandeza dos efeitos.
Quando um bebê é levado à pia batismal e ali é tocado pelas águas da graça, Deus o santifica. Anos mais tarde algumas dessas tenras e delicadas crianças serão gigantes na fé, e não há quem não conheça um São João Bosco, ou uma Santa Teresinha do Menino Jesus, por exemplo. Árvores frondosíssimas, nascidas de cerimônia tão simples... Seguindo o conselho de São Jerônimo, comparemos as máximas evangélicas com as sentenças dos grandes sistemas filosóficos, ou até mesmo com as grandes descobertas científicas dos dias de hoje. Nada mais oposto em termos de simplicidade e complexidade. Entretanto, é só dar tempo ao tempo para comprovarmos os efeitos diversos.
IV – A PARÁBOLA DO FERMENTO
33 Disse-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha até que tudo esteja fermentado”.
Certos antigos e conceituados comentaristas julgaram, erroneamente, tratar-se esta parábola de uma repetição da anterior. Elas possuem muita afinidade entre si, mas aqui Jesus tem outro objetivo: “até que tudo esteja fermentado”. Não se trata, portanto, da mera união da farinha com o fermento, mas da força e do vigor na capacidade de ação do elemento menor sobre o maior. Do mesmo modo o Reino dos Céus tem essa intensidade de penetração e transformação das almas, fermentando-as com os ensinamentos evangélicos.
A anterior parábola retrata a capacidade de expansão universal do Reino dos Céus. Esta última mostra o vigor interno que ele possui para influenciar as almas.
V – CONCLUSÃO
Foram de fácil assimilação para os Apóstolos as parábolas da mostarda e do fermento; entretanto, a do joio deixou-os muito intrigados. Por isso quiseram saber seu exato significado (vv. 36-43). O Divino Mestre insiste na questão do fim do mundo e do Juízo final, importante Novíssimo, cuja meditação nos ajuda a evitar o pecado.
No seu todo, a Liturgia de hoje acentua o quanto devemos crer na força de expansão e de penetração da Igreja, enquanto insiste também na necessidade da vigilância — sobretudo nas horas de diminuição da sensibilidade — quer quanto a nós individualmente, quer no tocante à opinião pública.
Com olhos de fé, esperança e caridade, pensemos no período final do acontecer humano e preparemo-nos para o dia da grande ceifa, dentro de uma plena santidade de vida, costumes e relações sociais, de tal modo que, quando chegar a hora, possamos “resplandecer como o Sol no Reino do Pai”.
1 ) Comentario a los cuatro Evangelios — I Evangelio de San Mateo, BAC, Madrid, 1950.
2) Idem.
3 ) Cf. Mc 4, 27.
4 ) Hom. 47 in Mt.
5 ) Cf. Suma Teológica II-II, q 165, a 1c.
6 ) Conselhos e lembranças, n. 37.
7 ) Hom. 47, in Mat.
8 ) Cf. P. Luis de la Puente, Meditaciones, Apostolado de la Prensa, Madrid, 1950, t. I, p. 3ª méd. 45, pág. 976.

9 ) Cf. Mc 16, 15-18.

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