-->

terça-feira, 14 de outubro de 2014

EVANGELHO DO XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A - Mt 22, 15-21

CONCLUSÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO DO 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A - Mt 22, 15-21
O ensinamento de Jesus sobre a harmonia entre a ordem espiritual e a temporal
As coisas de Deus e as coisas da terra não devem ser antagônicas. Pelo contrário, entre elas deve haver colaboração. Na harmonia entre ambas as esferas, a temporal e a espiritual, está o segredo do progresso. E a História nos mostra que nada pode haver de mais excelente do que seguir o conselho de Nosso Senhor: “Buscai, pois, o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Lc 12, 31).
Seja dito de passagem, nessa conjugação e colaboração entre o espiritual e o temporal é que, segundo o seu carisma, esforçam-se os Arautos do Evangelho: em atuar procurando a “consecratio mundi”, a sacralização da ordem temporal, enquanto leigos, e sendo filhos amorosos da Igreja, fiéis ao Papa, como instrumentos da Nova Evangelização.
Harmonia dentro de nós
Pode-se dizer que há uma espécie de convívio entre as duas esferas dentro do homem, uma vez que temos para conosco deveres referentes à nossa vida espiritual e às necessidades de nosso corpo. A tal respeito, comenta São Tomás de Aquino na Catena Aurea:
“Também podemos entender essa passagem [do Evangelho] no sentido moral, porque devemos dar ao corpo algumas coisas, como o tributo a César, isto é, o necessário; mas tudo o que corresponde à natureza das almas, isto é, o que se refere à virtude, devemos oferecer ao Senhor. Os que ensinam a lei de modo exagerado e ordenam que não cuidemos em absoluto das coisas devidas ao corpo .... são fariseus, que proíbem pagar o tributo a César; e os que dizem que devemos conceder ao corpo mais do que devemos, são herodianos. Nosso Salvador quer que a virtude não seja desprezada, quando prestamos atenção demasiada ao corpo; nem que seja oprimida a natureza, quando nos dedicamos com excesso à prática da virtude.”
Concluamos, seguindo o conselho de Santo Agostinho: se nos preocupamos com as moedas nas quais está gravada a efígie de César, muito mais devemos nos preocupar com nossas almas, nas quais Deus gravou sua própria imagem. Se a perda de um bem terreno nos entristece, muito mais nos deve contristar o causar dano à nossa alma pelo pecado.
1) Vida de Nuestro Señor Jesucristo, t. 4, p. 90

2) Id. ib.

Nenhum comentário: