-->

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Evangelho XXX Domingo do Tempo Comum – Ano A – Mt 22,34-40

Conclusão dos comentários ao Evangelho XXX Domingo do Tempo Comum – Ano A – Mt 22,34-40
“E o segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Ou seja, devemos ter por nosso próximo a mesma benevolência, estima e amor que esperamos os outros tenham por nós, e um respeito proporcional ao desígnio de Deus para com cada um. Falar ao próximo, ou sobre ele, como desejamos que o façam conosco; esconder e escusar suas faltas; sofrer suas imperfeições, debilidades e defeitos; louvar tudo quanto nele deve ser elogiado; defender seus interesses e servilo com afeto, exatamente como ansiamos que procedam conosco, e sempre por amor a Deus: eis a verdadeira prática da inocência e da santidade. E por isso mesmo:
“Destes dois Mandamentos dependem toda a Lei e os profetas”.
A Revelação — entre outros objetivos — tem em vista colocar à disposição dos homens um claro compêndio de doutrina e comportamento de ordem moral, através da Lei e da sabedoria manifestada por Deus aos seus profetas. Ora, o fundamento e a substância de todo esse tesouro estão contidos nesses dois preceitos, tal qual demonstraria mais tarde São Paulo, afirmando que a finalidade da Lei é o amor: “o fim do preceito é a caridade” (I Tim 1, 5). Mais ainda, pode ser esse amor, sempre segundo o Apóstolo, “o pleno cumprimento da Lei” (Rm 13, 10).
III – Maria, insuperável exemplo de amor
Maria Santíssima é para toda a humanidade — e até mesmo para os próprios Anjos — um insuperável exemplo de perfeição do amor a Deus e ao próximo, que nos é recomendado por Seu Divino Filho, no Evangelho de hoje. Toda a sua existência foi penetrada de puríssimo e chamejante amor. Santo Alberto Magno chega a afirmar que Ela, mais do que qualquer outra criatura, viveu sempre morta para o mundo e para tudo o que era inferior a Deus. Sua vida sempre esteve oculta em Deus, habitando em seu Santuário e, portanto, muitíssimo mais que São Paulo, poderia Ela ter dito, desde o primeiro instante de Sua criação: “Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20).
Que Nossa Senhora do Divino Amor obtenha a plenitude da prática desses dois preceitos para todos aqueles e aquelas que contemplarem o Evangelho deste XXX Domingo do Tempo Comum.
1 Cf. AGOSTINHO, Santo. Confessionum, l. 13, § 9.
2 AGOSTINHO, Santo. In epistolam Ioannis ad parthos - Tractatus decem, § 1.
3 Idem, § 2.
4 AQUINO, São Tomás de. Super Evangelium S. Ioannis lectura, cap. 15, l. 5.
5 MALDONADO SJ, Pe. Juan de. Comentarios a los cuatro evangelios – I Evangelio de San Mateo. Madrid: BAC, 1950, p. 778.
6 GOMÁ Y TOMÁS, Cardeal Isidro. El Evangelio explicado. Barcelona: Rafael Casulleras, 1930, v. IV, p. 63.
7 AQUINO, São Tomás de. Suma Teológica I-II, q. 90, a. 4.
8 Idem, q. 91, a. 4.
9 Idem, ibidem.
10 Idem, 90 pról.
11 Cf. AQUINO, São Tomás de. Suma Teológica II-II q. 44, a. 1.
12 MALDONADO, Op. cit., p. 778-779.
13 A LAPIDE, Cornelio. Commentaria in Quattuor Evangelia – In Lucam 1, 47.

14 GREGÓRIO MAGNO, São. Super Cantica Canticorum Expositio. c. 8, v. 6.

Nenhum comentário: