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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

EVANGELHO IV DOMINGO DO ADVENTO - ANO B - Lc 1, 26-38

CONTINUAÇÃO DOS COMENTÁRIOS AO EVANGELHO - IV DOMINGO DO ADVENTO
II - MARIA, CASA DE DEUS E FRUTO DA ALIANÇA
A casa erigida por Deus para a tranquilidade de Davi é uma Virgem, oriunda de sua linhagem, chamada Maria. Ela é a Casa de Deus por excelência, Aquela que traz a verdadeira estabilidade e a plenitude da paz. Ela é o prêmio da Aliança que o Senhor firmou com Davi, seu fruto mais extraordinário. Depois d’Ela virá Aquele cuja personalidade não é humana, e sim divina, Aquele que é ao mesmo tempo criatura e Criador, Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Maria Santíssima.
O fragmento de São Lucas que analisaremos a seguir é conhecidíssimo.4 Mas o Evangelho, cujas frases sucintas — ó maravilha! — sempre apresentam aspectos novos, assemelha-se a um caleidoscópio que, embora tenha poucas pedrinhas em seu interior, ao ser girado inúmeras vezes nunca forma uma figura idêntica às anteriores.
Um Deus Encarnado pedia um horizonte à altura
Naquele tempo, 26 O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma Virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
Nazaré era uma cidadezinha minúscula, situada numa pequena depressão, em meio às suaves montanhas da Galileia. Suas casas, construídas não no fundo do vale, mas encarapitadas sobre os penhascos, nas encostas do Monte Neby-Sain, davam à paisagem um toque gracioso e encantador. Este monte, o mais alto de todos os que circundam a cidade, tem a peculiaridade de possuir uma vista maravilhosa. “E seguramente” — comenta Fillion — “um dos mais belos e emocionantes [panoramas] de que se possa gozar na Palestina. [...] Por todos os lados, vastas extensões, terrestres, aéreas e marítimas, disputam nossa atração; por todos os vales, montanhas, cidades ou aldeias, o mar e sua imensidão. [...] Que espetáculo! Quantas vezes Nosso Senhor, durante sua adolescência e juventude, não oraria sobre este altar sublime e dirigiria seus olhares para o mar”!5

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

EVANGELHO IV DOMINGO DO ADVENTO - ANO B - Lc 1, 26-38

COMENTÁRIOS AO EVANGELHO - IV DOMINGO DO ADVENTO
Naquele tempo, 26 O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma Virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
280 Anjo entrou onde Ela estava e disse: ‘Alegra-Te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29 Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30 0 Anjo, então, disse-Lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. ‘ Eis que conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu Reino não terá fim”.
34 Maria perguntou ao Anjo: “Como acontecerá Isso, se Eu não conheço homem algum?”
35 Anjo respondeu: “O Espírito virá sobre Ti, e o poder do Altíssimo Te cobrirá com sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível”.
38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em Mim segundo a tua palavra!” E o Anjo retirou-se (Lc 1, 26-38).
O pórtico de entrada do Salvador: Maria e sua virgindade
Por seu extraordinário amor à virgindade, Maria Santíssima mereceu ser a Mãe de Deus, mostrando para os séculos futuros quanto esta virtude é fecunda e confere força e coragem, a ponto de plasmar heróis.
I - TODO MOVIMENTO TENDE AO REPOUSO
É inerente ao homem, concebido no pecado, padecer cansaço; o lado animal de nossa natureza facilmente se fatiga. Depois de nossos afazeres diários, sejam trabalhos ou estudos, chegada a noite temos uma necessidade vital de repousar, com maior razão se acordamos cedo. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, isento do pecado original e de qualquer outra mancha, quis assumir certas deficiências da natureza humana1 e Se cansava, como no episódio em que O encontramos dormindo na barca (cf. Mt 8, 23-27) ou quando está sentado à beira do poço de Jacó (cf. Jo 4, 6).
A fadiga — esta realidade cotidiana — nos traz à lembrança a consideração de São Tomás de Aquino,2 feita com tanta precisão e sabedoria, de que todo movimento tende ao repouso.
Quantas vezes observamos os jovens se agitando com velocidade e energia, de um lado para o outro! Mas ao crescer e maturar eles adquirem o desejo do sossego e da tranquilidade. O espírito humano busca a paz, em meio à movimentação intensa  a que é submetido no decurso da vida. Assim, todos nós aspiramos à estabilidade e à quietude e, por isso, agrada-nos possuir uma propriedade e nela construir uma casa, na qual possamos morar sem nenhuma aflição.
Com frequência os homens têm também a preocupação de fazer perdurar sua memória, deixando neste mundo algo concreto que cruze os tempos e se mantenha através das gerações. Neste sentido, dentre os povos da Antiguidade destacam-se os egípcios: como a Providência deu a teologia e a Religião verdadeira aos judeus, a filosofia aos gregos e o direito aos romanos, àqueles o Senhor havia concedido a ciência. A maior prova dos conhecimentos excelentes que eles cultivavam e do empenho em prolongar seu renome no futuro são as pirâmides, as quais, podendo datar até de 2500 a.C., surpreendem ainda em nossos dias, continuando a ser um mistério seu método de edificação.