-->

segunda-feira, 14 de março de 2016

EVANGELHO DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR - ANO C

COMENTÁRIOS AO  EVANGELHO DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR  - Lc 23, 1-49  
  Evangelho da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas [versão mais breve]
Naquele tempo, toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. 2 Começaram então a acusá-Lo, dizendo: Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei”. Pilatos o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu, declarando: “Tu o dizes!”  Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: “Não encontro neste homem nenhum crime”. Eles, porém, insistiam: “Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui”. 6 Quando ouviu isto, Pilatos perguntou: “Este homem é galileu?”
7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu.
10 Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos.
13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse: 14“Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. 18Toda a multidão começou a gritar: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás!”
18Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!” 22E Pilatos falou pela terceira vez: “Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. 23Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais. 24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que eles queriam — aquele que fora preso por revolta e homicídio — e entregou Jesus à vontade deles.
26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. 27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias virão em que se dirá: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram’.
30Então começarão a pedir às montanhas: ‘Cai sobre nós! e às colinas: ‘Escondei-nos!’ 31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?” 32Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto com Jesus. 33Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda.
34Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”
36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam:“Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!” 38Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”40Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. 42E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. 43Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”.
44Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde, 45pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus deu um forte grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Dizendo isso, expirou.
47O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus, dizendo: “De fato! Este homem era justo!” 48E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para casa, batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram a distância, olhando essas coisas. ( Lc 23, 1-49)
Até na hora a aparente derrota, o Sumo Bem sempre vence
Aos louvores da entrada triunfal de Nosso Senhor em Jerusalém logo se sucederam as dores da Paixão. Como explicar este paradoxo?
 A inexorável luta entre o bem e o mal
Reportemos a imaginação à eternidade, quando ainda não existia o tempo, pois Deus não havia criado o universo. Ele tinha diante de Si a possibilidade de criar infinitos mundos diferentes deste em que vivemos, mas, por uma livre escolha de sua vontade, não quis fazê-lo.’ Muitos dentre eles, aos nossos olhos de meras criaturas, poderiam ter sido melhores do que o existente, quiçá algum sem pecado e sem lutas...
Entretanto, o que Deus criou? Um universo cujas criaturas são boas e o conjunto delas é “muito bom” (Gn 1, 31). Logo no seu início, porém, todo esse bem criado passou a coexistir com o mal, a partir do momento em que a terça parte dos espíritos angélicos se uniu a Lúcifer numa revolta contra Deus (cf. Ap 12, 4). Ao brado de São Miguel, os Anjos fiéis se levantaram em oposição aos rebeldes e “factum est prælium magnum in Cælo — uma grande batalha se travou no Céu” (Ap 12, 7). Precipitado nas trevas eternas, o demônio tentou, como forma de manifestar sua obstinada oposição a Deus, desfigurar a beleza do plano da criação.
Invejando a criatura humana, que ainda se conservava inocente e desfrutava das delícias do Paraíso e da amizade com Deus, satanás se empenhou “em enganar os homens, para que não fossem exaltados e elevados ao lugar de onde ele caíra”.2 Tomando o aspecto de uma encantadora serpente, astuta e habilidosa para exacerbar as paixões humanas, entrou ele em contato com Eva e lhe propôs a desobediência a Deus. Eva cedeu e levou Adão a segui-la no mesmo caminho.
Por que a serpente entrou no Paraíso?