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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Comentários Mt 19, 23-26

Naquele tempo, 19 23 Jesus disse então aos seus discípulos: “Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus!
24 Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.
25 A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: “Quem poderá então salvar-se?”
26 Jesus olhou para eles e disse: “Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível”. (Mt 19,23-26)
O problema não está em possuir bens, mas de se apegar a eles
Nosso Senhor não está falando da riqueza material em si, mas ao apego. Porque Lázaro não era só rico, mas era a primeira fortuna de Israel, e hoje ele é São Lázaro. Como também Santa Marta e Santa Maria Madalena. Não se vai para o Céu por ser rico, mas por ter apego aquilo que possui.
Quando Nosso Senhor está à porta do templo observando as pessoas que entram para colocar sua esmola, aparece uma viúva com apenas uma moeda e deposita esta oferta a Deus. Nosso Senhor pergunta para os Apóstolos:
— Quem deu mais aqui?
E eles começaram:
— Aquele deu mais, esse outro foi quem mais deu...
— E Nosso Senhor diz: quem deu mais aqui foi essa viúva.
Mas ela deu só um denário! Sim, mas deu tudo o que ela possuía, e a deu com uma generosidade única. O problema não é ter guardado isso ou ter guardado aquilo, mas sim é ter apego àquilo que se tem.
Os Apóstolos entenderam que a riqueza, como Nosso Senhor falava, significava apego por pouco que fosse.
25 A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: Quem poderá então salvar-se?
Eles viviam entre um povo super apegado ao dinheiro, e sabiam perfeitamente que tinham que guardá-lo, pois tinham família e necessidades, portanto não podiam perder aquele dinheiro, porque senão caíam na miséria.
26 Jesus olhou para eles e disse: Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível. Aquilo que para os homens é impossível, para Deus é possível. 27 Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?

Se para Deus tudo é possível, então, significa que ainda que a pessoa abandone tudo, é preciso que haja uma benevolência da parte de Deus. Porque de fato o Céu é um dom gratuito e não é um negócio, não basta entregar tudo para depois eu adquirir aquilo que eu quero, o que é preciso é entregar tudo, mas depois confiar na bondade de Deus, estar à disposição d’Ele.
Mons João Clá Dias - Extraído de uma conversa sobre a liturgia 19/08/2003 - sem revisão do autor

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Evangelho XVI Domingo do Tempo Comum – Ano C – Lc 10, 38-42

Comentários ao Evangelho XVI Domingo do Tempo Comum – Ano C – Lc 10, 38-42
"Naquele tempo, 38 Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-O em sua casa. 39 Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a Sua palavra. 40 Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: ‘Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o  serviço? Manda que ela me venha ajudar!'. 41 O Senhor, porém, lhe respondeu: ‘Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42 Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada'" (Lc 10, 38-42).
O amor imperfeito de Maria e a preocupação naturalista de Marta
Há neste Evangelho uma lição para as almas "Marta", e também para as almas "Maria". Às primeiras, ensina Jesus que uma só coisa é necessária: o amor; e às segundas, que não podem desprezar a parte menos elevada.
I - Deus nos criou para a eternidade
Em razão de nossa natureza humana, somos mais tendentes a prestar atenção nas coisas materiais, acessíveis aos sentidos, do que nas espirituais.