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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Evangelho VI Domingo do Tempo Comum - Ano A

Comentários ao Evangelho VI Domingo do Tempo Comum - Ano A
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17 ‘Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18 Em verdade, Eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. 19 Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino dos Céus.  20 Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21 Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22 Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. 23 Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e aí te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa a tua oferta aí diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25 Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26 Em verdade Eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo. 27 Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28 Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29 Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. 30 Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. 31 Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’.  32Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério. 33 Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas ‘cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. 34 Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35 nem pela terra, porque é o suporte onde apoia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. 36 Não jures tampouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. 37 Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno'” (Mt 5, 17-37).
I – O pecado e a Lei
No Paraíso Terrestre, o homem refletia de modo admirável o Criador na perfeita harmonia reinante entre Fé e razão, vontade e sensibilidade. A Fé iluminava o entendimento, e este governava uma vontade inteiramente equilibrada, contra a qual a concupiscência não se revoltava, pois no primeiro homem – ensina São Tomás – “a alma estava submetida a Deus, seguindo os preceitos divinos, e também a carne estava submetida em tudo à alma e à razão”.1
Gozavam ainda nossos primeiros pais do dom de integridade, pelo qual sua alma tendia ao mais elevado e tinha propensão para escolher o bem. A ausência de conflitos entre as diversas partes desse microuniverso chamado homem – mineral, vegetal, animal e espiritual – outorgava-lhe a felicidade e lhe proporcionava toda a facilidade para cumprir a Lei Natural.
Ora, com o pecado, Adão e Eva perderam esse dom, a harmonia na qual se encontravam, estabelecida graças à justiça original, foi destruída; e rompeu-se o domínio das faculdades espirituais sobre o corpo.2 A carne, afirma São Tomás de Aquino, “passou a ser desobediente à razão”,3 e cada uma das partes que compõem o homem quis fazer valer sua própria lei. A desordem introduziu-se em nosso interior.
Necessidade de preceitos claros e insofismáveis

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR — 2 DE FEVEREIRO

COMENTÁRIOS À FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR — 2 DE FEVEREIRO — EVANGELHO Lc 2, 22-40

22 Quando se completaram os dias para a purificação da Mãe e do Filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-Lo ao Senhor.
23 Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”.
24 Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor,
27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o Menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o Menino nos braços e bendisse a Deus: 29 “Agora, Senhor, conforme a tua promessa. podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, ‘ que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
33 O pai ea Mãe de Jesus estavam admirados com oque diziam a respeito d’Ele.  Simeão os abençoou e disse a Maria, a Mãe de Jesus: “Este Menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição.  Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a li, uma espada Te traspassará a alma”.
36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido.  Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38 Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
39 Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. ° O Menino crescia e tornava-Se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com Ele (Lc 2, 22-40).
A Apresentação do Menino Jesus e a Purificação de Maria Virgem
No Templo, Jesus Se oferece ao Pai para resgatar os homens, por meio de Maria, e também por Ela é entregue à Igreja, nas mãos do velho Simeão.
Bela como todas as passagens do Evangelho, a Liturgia do dia 2 de fevereiro focaliza o resgate do Menino Jesus e a Purificação de Nossa Senhora. Esses dois atos se passam dentro da casa do Senhor, o Templo de Jerusalém.
À espera do Messias, glórias e vicissitudes do Templo de Jerusalém
Quase seis séculos antes tinha sido arrasado esse edifício. Indispensável fora aproveitar a primeira ocasião para reconstruí-lo. Essa nobre tarefa coube a Zorobabel, chefe da casa de Davi e antepassado de Cristo (515 a.C.). Entretanto, quão mais grandioso havia sido o esplendor daquele Templo “em sua primeira glória!” — afirmara o profeta Ageu (2, 3a), ao vê-lo reerguido.
Na época de Salomão, a inauguração do Templo havia se dado com pompa e majestade. Logo depois “uma névoa enchera a casa do Senhor, e os sacerdotes não podiam ter-se de pé nem fazer as funções do seu ministério por causa da névoa, porque a glória do Senhor tinha enchido a casa do Senhor. Então disse Salomão: O Senhor declarou que habitaria numa névoa. Eu edifiquei esta casa para tua morada, para teu trono firmíssimo para sempre” (I Rs 8, 10-13).
Mas agora, “não parece ele, aos vossos olhos, como uma coisa de nada?” (Ag 2, 3b) — perguntava Ageu ao povo.
A consternação se abateu sobre todos os que ouviam a recriminação de Deus pelos lábios de seu profeta. Mas logo suas faces se tornaram mais luzidias do que nunca: “Porque isto diz o Senhor dos exércitos: Ainda falta um pouco, e Eu comoverei o céu e a terra, o mar e todo o universo. Abalarei todas as nações, e virá o desejado de todos os povos; e encherei de glória esta casa. [...] Minha é a prata, meu é o ouro. [...] A glória desta casa será maior que a da primeira. [...] E darei a paz neste lugar” (Ag 2, 7-10).
O cumprimento da profecia

domingo, 29 de janeiro de 2017

Evangelho V Domingo do Tempo Comum – Ano A – Mt 5,13-16

Comentários de Mons João Clá Dias ao Evangelho V Domingo do Tempo Comum – Ano A – Mt 5,13-16
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 13Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens.
14Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde brilha para todos que estão na casa.
16Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus. (Mt 5,13-16)
O sal do convívio e a luz do bom exemplo
O convite à santidade, feito a todos os cristãos por Nosso senhor Jesus Cristo, tem como corolário a obrigação de trabalharmos pela salvação de nossos irmãos, com a palavra e o exemplo de vida.
1 – A estratégia evangelizadora de Jesus
Ao estudar a vida pública de Nosso Senhor Jesus Cristo, podemos comprovar a existência de um plano de apostolado muito bem traçado, lógico e coerente. Depois de quase trinta anos de vida oculta e da primeira fase de sua vida pública, chegado o momento de começar as suas mais importantes pregações, devia o Salvador escolher um centro estratégico a partir do qual anunciaria aos homens o Reino de Deus.
Rejeitando Jesus da maneira mais vil, a ponto de desejar matá-Lo, os moradores da pequena cidade onde Se havia criado, Nazaré, se tornaram indignos de continuar convivendo com “o filho de José” (Lc. 4,22). Entretanto, mesmo que a acolhida tivesse sido respeitosa, era improvável que Ele permanecesse ali, em razão de sua localização desfavorável: isolada no fundo de um vale, em região de difícil acesso e pouco povoada, ficava distante das zonas mais importantes da Galileia.